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A história da Aspirina

Postado em maio 24, 2010

aspirina patente Dor de cabeça. Febre, Dores nas costas. Dor de estômago. Dor de dente. Cansaço muscular. Dificilmente em situações como essa, milhares de pessoas não recorram a ASPIRINA. Há mais de 100 anos, desde a invenção do medicamento, é difícil pensar diferente. De qualquer maneira, é impossível pensar num mundo sem remédios. Apesar de oferecerem alguns riscos, não dá para negar que o advento da ASPIRINA mudou radicalmente nosso jeito de nos relacionar com o próprio corpo. Quanto mais os médicos aprendem sobre ela, mais ficam bem impressionados com sua versatilidade.

A história

A história da ASPIRINA (ASPIRIN em inglês) começou quando o francês Charles Gerhardt e o alemão Karl Kraut começaram a estudar melhor o princípio ativo da planta Spiraea ulmaria. Mas foi em 1897 (apenas 35 anos depois do achado de Smith) que Felix Hoffman, um jovem farmacêutico da farmacêutica alemã Bayer que procurava um jeito de ajudar o pai a combater o mal-estar crônico provocado pelo reumatismo, com a ajuda do professor Heinrich Dreser, sintetizou o ácido acetilsalicílico, apresentando a fórmula de uma droga capaz de aliviar a dor sem muitos efeitos colaterais.

aspirina patente 1O nome ASPIRIN vem dos compostos usados na fabricação do remédio: “A” de Acetil, “SPIR” da planta Spiraea ulmaria (de onde era retirada a Salicin) e “IN” um sufixo comum para medicamentos. Porém, uma lenda diz que o nome vem do Santo Aspirinus, que era o Bispo de Nápolis, e o padroeiro das dores de cabeça. O produto foi apresentado oficialmente pela indústria alemã Bayer em 10 de outubro de 1897. De lá para cá, o mundo viu duas mudanças de século e só aumentou a paixão pelo comprimidinho branco com a marca da indústria alemã em baixo relevo. A ASPIRINA foi o primeiro fármaco a ser sintetizado na história da farmácia e não recolhido na sua forma final da natureza. Foi a primeira criação da indústria farmacêutica.

No ano seguinte a Bayer testa a nova droga com 50 pacientes, provando que a droga era extremamente eficaz. Também mandou o produto para testes médicos e os resultados foram impressionantes. Além disso, a empresa enviou um livreto de 200 páginas sobre a ASPIRINA para 30.000 médicos europeus, mostrando as vantagens da nova droga. Foi o primeiro evento de mala-direta da história. Em 1899, o ácido Acetilsalicílico foi lançado na Alemanha (mesmo sem patente, ainda) sob a marca registrada ASPIRIN, distribuídas para os profissionais médicos receitarem aos seus pacientes. No ano seguinte, o novo medicamento tinha sido objeto de mais de 160 artigos científicos, todos ressaltando seus efeitos benéficos, que iam muito além do tratamento do reumatismo. Era um poderoso remédio que tratava uma gama maior de outras condições – dor de cabeça, dor de dente, nevralgia, gripe, indisposição alcoólica, artrite, amidalite e até febre e diabetes. Como não poderia deixar de ser, foi um enorme sucesso de vendas. Pela primeira vez na história, um medicamento conseguia domar a dor.

O sucesso do novo medicamento foi tanto, que já em 1906, a imprensa da época chama a ASPIRINA de “The Wonder Drug” (A Pílula Mágica). O boca-a-boca (tanto de pacientes quanto de médicos) garantiu fantásticos rendimentos à Bayer. Não só na Alemanha, como nos outros países da Europa e do resto do mundo, ela dominava o mercado. Há até quem diga que foi ela a verdadeira impulsionadora (ou criadora) da indústria farmacêutica. A ASPIRINA ganhou ainda mais adeptos, mas tinha uma desvantagem – era pouco solúvel em água e sua forma comercial era em pó. Mais uma inovação da Bayer: para resolver o problema, ASPIRINA passou a ser vendida em tabletes EM 1910. Foram os primeiros tabletes da história da medicina.

aspirina products O medicamento chegou ao Brasil somente em 1912. Fabricada em tabletes, a ASPIRINA se tornou disponível sem precisar de receita médica no ano de 1915. A Bayer perdeu a marca registrada ASPIRINA em muitos países após a primeira guerra mundial, como reparação de guerra aos países aliados. Mesmo assim, nos anos 20, o remédio, bastante popular e amplamente utilizado, era receitado para tratar sintomas de dores de diversas doenças como, por exemplo, o Reumatismo. As vendas do remédio dispararam no começo da década de 50, depois que o Dr. Lawrence Craven, um médico californiano, noticiou, em 1949, que 400 homens que ele havia receitado ASPIRINA não tinham sofrido nenhum ataque cardíaco, causando a primeira percepção de que o remédio poderia fazer bem ao coração. O médico receitava uma ASPIRINA por dia para reduzir os riscos de um ataque cardíaco.

Em 1952, o Livro Guinness dos Recordes apontava a ASPIRINA como o analgésico mais consumido do mundo. Na década de 60, a ASPIRINA foi ameaçada pelos medicamentos à base de acetaminofeno e suas vendas caíram seriamente. Mesmo assim, em 1969 as pílulas brancas chegavam à Lua, a bordo da nave Apollo 11, prontas para livrar os astronautas norte-americanos de eventuais dores de cabeça. Contudo a aspirina provou ser mais versátil do que se imaginava: em 1985, constatou-se que um comprimido por dia diminuía em 20% a probabilidade de um segundo ataque cardíaco. Estudos mais recentes sugerem sua eficácia na prevenção de várias formas de câncer. Nada mau para um comprimido que nasceu apenas com a missão de ajudar a combater as dores do reumatismo.

Fonte: Mundo das Marcas

Mais informações: História da dor