A empresa Poly Implant Prothèse (PIP) foi processada por comercializar próteses mamárias com silicone industrial, considerado impróprio para uso médico. O Brasil importou cerca de 35 mil unidades, sendo que aproximadamente 25 mil foram comercializadas e estão, literalmente, em seios brasileiros. O governo francês recomendou que as mulheres removessem as próteses PIP por correrem riscos de saúde.
POR QUE A PRÓTESE FRANCESA PODE TRAZER RISCOS
A agência francesa identificou cinco tipos de óleos utilizados nas próteses que não são recomendados para uso médico. O uso do silicone industrial é de má qualidade e inferior ao silicone-padrão, o que aumenta a possibilidade de ruptura. O vazamento deste material pode causar irritabilidade na mulher. Além disso, 8 casos de câncer foram registrados em pacientes com implantes defeituosos, mas o governo francês esclarece que não há provas suficientes para firmar uma relação entre o rompimento da prótese e o câncer. A retirada da prótese é recomendada apenas como um ato preventivo.
RECOMENDAÇÕES PARA VOCÊ, MULHER QUE POSSUI A PIP:
A Anvisa recomenda: procure o seu médico. Ele irá avaliá-la e dirá se é necessário realizar a remoção ou não. Acredita-se que seja necessário retirar apenas as próteses que foram rompidas ou aquelas que apresentam risco para a mulher. Se seu médico avaliar o seu caso um risco, o SUS irá custear a troca da prótese por considerar isso um caso de saúde pública. Portanto, procure o seu médico de confiança!
MEDIDAS TOMADAS PELO BRASIL
A suspensão do produto já foi feita. As próteses que restam aqui no Brasil serão descartadas e a vigilância sanitária está encarregada de recolher o produto e proceder ao descarte em incinerador apropriado.
Pelo fato de o próprio SUS ter utilizado a PIP em casos de mamectomia (retirada da mama em pacientes com câncer), isso se tornou um caso de saúde pública e foi decidido que o governo custeará a troca das próteses nas mulheres que necessitarem.
Além disso, mulheres que puserem ou retiraram próteses de silicone nos seios serão cadastradas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Essa medida será tomada para que “se daqui 10 anos ocorrer problema similar ao das próteses PIP, saberemos qual modelo e lote teve defeito, e poderemos agir,” explica Wanda Elizabeth Correa, presidente da comissão de silicone da SBCP. Será um banco de dados com informações sobre quem, onde, qual a marca e em qual situação o silicone foi colocado ou removido, com sigilo tanto do médico quanto da paciente.